O que é a síndrome de Savant?

A síndrome de Savant designa um défice de inteligência ou de capacidades cognitivas a par de um desempenho acima da média considerada «normal» de alguns processos mentais das pessoas. A atribuição do termo «idiots savants» foi realizada por Langdon Down, em 1887, para descrever indivíduos com sérias incapacidades mentais (na sua generalidade, autistas) e que, em simultâneo, apresentavam uma habilidade extraordinária (por exemplo, calcular de modo exato datas do passado e do futuro e descobrir os dias das semanas num calendário mental, ou memorizar milhares de livros, recitando-os de memória). Ora, dada esta incongruência, um défice de inteligência e uma capacidade cognitiva sobredotada, os especialistas que investigam a síndrome de Savant consideram que essas pessoas, que são em número escasso no mundo (talvez cerca de cem indivíduos), representam autênticas «ilhas de genialidade». Com efeito, em áreas muito particulares do conhecimento, as pessoas que se enquadram na síndrome de Savant possuem capacidades cognitivas particulares muito poderosas. No documentário, George Widener e Tommy McHugh são pessoas afectadas por essa síndrome: o primeiro é capaz de calcular datas de calendário e desenhar com muito pormenor objectos, o segundo é capaz de pintar rostos de modo compulsivo. No caso de George Widener, que sofre de uma forma particular de autismo, uma deficiência mental que gera timidez e isolamento social (o próprio testemunhou no documentário que esteve dois meses isolado sem falar com ninguém e a escola, para ele, enquanto criança, era um local aterrador), existem traços psicológicos próprios de um savant. De acordo com Darold Treffert, psicólogo norte-americano e uma autoridade no estudo da síndrome de savant, esta pode definir-se como uma forma de deficiência mental com «ilhas de genialidade». Os savants são pessoas que vivem num espetro, por exemplo, os que vivem com determinadas capacidades fragmentárias, os talentosos, e os prodigiosos.